data-filename="retriever" style="width: 100%;">Na edição de 26 de julho de 2021, do Diário, o jornalista Maurício Araújo, em reportagem sobre o projeto da prefeitura que cria o "Distrito Criativo", relata que o vice-prefeito, Rodrigo Décimo, ao apresentar o projeto para um grupo de apoiadores, expressava um brilho no olhar que revelava entusiasmo com a iniciativa e o respaldo da comunidade. Já no primeiro governo de Valdeci, o ex-deputado Renan Kurtz apresentou projeto semelhante que levava o nome de Mancha Ferroviária e englobava a mesma área do projeto atual.
O diferencial entre um e outro é que, agora, está se buscando o apoio da comunidade, num movimento de cidadania ativa, sem o qual não se poderá alcançar a realização e sustentabilidade. Essa busca pelo envolvimento é o fato novo que determinará o sucesso do empreendimento. Os olhos da cidade também precisam brilhar de orgulho e satisfação. Cada um de nós precisa sentir que é parte do sucesso. Espero que a arborização ornamental seja um dos primeiros atos a serem efetuados, pois a situação atual é deprimente. Quem passa pela Avenida Rio Branco, agora com sua capa asfáltica recuperada, não deve olhar para o canteiro central por que ficará com a impressão de total abandono pelo poder público. Não há nada ali de ornamental. A profusão de espécies em total abandono de tratamento confere à nossa principal avenida um aspecto de "caminho do mato".
Quando a renovação da arborização for feita, será fundamental que a comunidade local adote cada um dos novos exemplares, fazendo a rega (aguação) periódica, principalmente nos meses de calor e nos períodos de seca. Também, o monitoramento com estacas bem firmes orientará o crescimento e a retificação dos troncos, conferindo beleza e uniformidade. Durante alguns anos, a poda sistemática deverá elevar a copada, evitando a "poda" traumática feita por veículos e malfeitores. Tudo isso, sem a colaboração decidida da comunidade local, é utópico.
No último domingo, fiz um passeio pelas margens do Arroio Cadena, percorrendo as avenidas Maestro Barbosa Ribas e Dom Ivo Lorscheiter. Nesses locais, a Secretaria do Meio Ambiente realizou uma poda e retificou alguns troncos, porém, o descaso com as mudas, logo que foram transplantadas, fez com que crescessem tortas, algumas inclinadas para a faixa de rodagem, tornando difícil o trabalho atual. Mesmo assim, meus olhos brilharam por ver beleza onde havia descaso e sentir que, agora, há um propósito firme de embelezar a cidade.
Para isso, é necessária uma atuação drástica com relação a alguns exemplares que são irrecuperáveis. É preciso substitui-los, caso contrário a visão de alguns poucos doentes ou tortos, deformam o caráter ornamental, que é fundamental.
Nas Avenidas Presidente Vargas e Governador Walter Jobim, os trabalhos de reposição de mudas nos espaços vazios e a troca de alguns exemplares que destoam das espécies padrão, escolhidas para o embelezamento da cidade, indicam, desde já, a determinação de ações permanentes de tratamentos e cuidados especiais. Assim como o ajardinamento dos canteiros centrais, adotados por empresas colaboradoras, é necessário que se constitua associações dos moradores locais para a conservação e regas necessárias. Cada exemplar poderia ser adotado por uma empresa ou uma família, dando sustentabilidade à ornamentação.
A fiscalização periódica também é necessária, pois existem pessoas de boa vontade, porém, sem orientação técnica, resolvem plantar qualquer coisa e terminam prejudicando o visual. A retirada de algumas espécies - por exemplo: palmeiras - além de uniformizar a arborização, serviria para repor as faltas em outras avenidas. As avenidas João Luiz Pozzobom e Borges de Medeiros, em alguns trechos, apresentam falhas de exemplares que morreram ou foram derrubados por motoristas infratores. Enfim, esta é a nossa Nova Santa Maria!